10.7.17

Desarmados



 
Corra, fuja, se esconda! Vem aí o ladrão!
Ou será um assassino; quem sabe, um estuprador?
Você não sabe, mas vê um revólver em sua mão;
a situação é tensa e, o sentimento, assustador.


Ele está confiante, não esboça qualquer tipo de medo;
e você, dentro de sua própria casa, totalmente desprotegido.
Te insulta, te agride, ameaça 'sentar o dedo';
e, esnobe, diz que a lei é uma aliada, pois protege o bandido.


Debochando, ele ameaça estuprar sua filha e sua mulher
e promete matar a todos caso não encontre dinheiro.
Com a arma em punho, ele pode fazer o que bem quiser
e depois desaparecer, sem punição, sem pista e nem paradeiro.


Amarrado e impotente, enquanto ele revira sua casa inteira,
mesmo apavorado, você, em lágrimas, se põe a pensar:
"Agora vejo que me equivoquei e acreditei numa grande besteira;
a besteira de que o povo deveria se desarmar."


"Se este bandido que agora ameaça tirar a minha vida
desconfiasse que em minha casa pudesse ter uma pistola,
tenho certeza que ela jamais seria invadida
e eu não estaria passando por isso nesta hora."


Mas, você lutou em favor do desarmamento,
fez exatamente aquilo que o seu governo queria;
acreditou na mentira de que o povo ficaria violento
e que com a posse legal o número de mortes aumentaria.


O Estado tirou do cidadão o direito de se defender,
porém, os criminosos compram suas armas à vontade.
Dentro de sua casa, suas chances são enormes de morrer,
se um bandido a invadir, numa destas fatalidades.


Estatuto do desarmamento é uma grave afronta
contra o direito civil da legítima defesa.
Hoje, enquanto o bandido, armado, nos amedronta,
toda a sociedade está desamparada e indefesa.



Renato J. Oliveira              10 de julho de 2017