18.6.17

Ateus e a eterna negação do óbvio


Preste atenção na seguinte história.
Suponhamos que você esteja dialogando com alguém - um conhecido, talvez - quando, no decorrer da conversa, você comente que tem algum grau de parentesco com uma determinada celebridade, quer seja esta artística, política, ou seja lá o que for.
Suponhamos que isso seja verdade e que mesmo através de um diálogo eloquente, seu interlocutor duvide aberta e declaradamente e lhe desafie a provar o que está dizendo.
Você, naturalmente seguro de si, aceita o desafio e exibe uma foto de família onde a celebridade em questão aparece abraçada a ti.
Ainda duvidando da veracidade da história, ele argumenta que aquela foto não poderia provar nada, portanto, era só a sua palavra contra a dúvida dele.
Você, então, mostra-lhe um documento provando que a tal celebridade realmente faz parte da sua família e acredita que diante desta forte evidência, ele, enfim, se convença de vez.
No entanto, ainda não convencido, ele contesta a legitimidade do documento, alegando que é muito fácil falsificar ou forjar um papel como aquele.
Não há porque perder a calma, afinal de contas, a verdade está contigo e "quem fala a verdade não merece castigo". Você se lembra que o escrivão que homologou o documento mora nas proximidades e que, por uma feliz coincidência, é seu amigo pessoal. Após uma breve visita, sua história é confirmada pelo escrivão e, mesmo assim, isso não é suficiente o bastante para convencer o chato interlocutor - ele agora alega que você pode muito bem ter combinado aquilo tudo previamente com seu amigo.
Não satisfeito em apenas duvidar, ele passa a tripudiar de você, acusando-o de ser um grande mentiroso
Paciência tem limite. Você então saca o telefone celular e liga para o seu famoso parente, a fim de obter dele próprio uma declaração que confirme a sua história. Só assim não restaria qualquer dúvida.
Entretanto, mesmo após falar com seu parente ao celular, fazer diversas indagações e tudo o mais, ele ainda não consegue se convencer. Apesar de todo um conjunto de evidências, além da sua palavra e da confirmação oral do ilustre parente, ele alega que tudo faz parte de uma conspiração e que qualquer pessoa poderia muito bem ter assumido aquele papel ao telefone.
Agora ele passou dos limites. Mesmo sabendo que não tem nenhuma obrigação de provar nada a ele, você passa a encarar o pequeno entrevero como uma espécie de desafio.
Vocês tomam um táxi e dirigem-se até a residência de seu parente. Lá ele confirma pessoalmente a sua história e exibe uma série de provas para corroborá-la.
Está provado! Você agora tem absoluta certeza de que o convenceu plenamente.
Engano seu.
Ele afirma categoricamente que você é um mentiroso, um falsário, farsante e, que tudo aquilo, a exemplo das demais evidências, fazia parte de uma bem elaborada conspiração, cheia de provas forjadas e dois falsos testemunhos.
Qual seria a sua reação diante deste incômodo acontecimento?
- "Ah, quer saber, cara, vá para o inferno!"


Estou usando esta pequena história fictícia para fazer uma simples analogia com a descrença exacerbada e até irracional dos ateus. Analisemos o caso a seguir - este sim real e verídico - e façamos uma comparação.
Antes do século XIX, os ateus, em sua ânsia de só atacar e simplesmente negar por negar, afirmavam totalmente seguros de si que Babilônia não passava de uma lenda, mais um dos tantos mitos da Bíblia.
Após a metade do século XIX, graças ao trabalho incessante de vários arqueólogos (especialmente do alemão Robert Koldewey), caíram por terra todas as acusações céticas dos ateus de que a Babilônia nunca teria existido.
O próximo passo foi duvidar da existência do rei Nabudonosor, entretanto, mais uma vez a arqueologia trouxe à luz a verdade, através da descoberta de tabletes e tijolos contendo inscrições com o nome do antigo rei babilônico.
Ainda no intuito de descredenciar os escritos de Daniel, os ateus passaram a duvidar da existência de Nabonido e Belsazar, mencionados pelo profeta como os últimos reis da Babilônia.
Vieram à tona alguns tabletes cuneiformes que mencionavam Nabonido e Belsazar que, aliás, eram pai e filho, respectivamente.
Não obstante, os ateus se voltaram para os três amigos de Daniel que, de acordo com os relatos bíblicos, foram lançados na fornalha ardente: Hananias, Misael e Azarias (Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, em caldeu). A acusação era do mesmo teor, ou seja, todos eles não passavam de mitos, lendas.
Mais uma vez a arqueologia comprovou a veracidade dos relatos do livro de Daniel, através do descobrimento de um prisma de argila que continha os nomes dos oficiais do rei Nabucodonosor, entre estes, os três amigos de Daniel.
Restou aos ateus contestar a data em que os relatos do profeta teriam sido escritos. E eles tinham um fortíssimo argumento. Julgue você mesmo: os ateus, tão preocupados em provar a inexistência daquilo que dizem não acreditar (!), conseguiram encontrar três palavras gregas em todo o livro de Daniel e, munidos deste irrefutável argumento, apregoaram que o referido livro teria sido escrito por volta do século II a.C. e não em meados de 550 a.C.
Estudiosos do grego, aramaico e hebraico, após minuciosas análises e criteriosas investigações, acabaram concluindo que, mais uma vez, os ateus estavam redondamente enganados.
Mas, enfim, mesmo depois de todo esse conjunto de evidências, os ateus continuam a afirmar que o livro de Daniel e a própria Bíblia são uma fraude.
Qual seria a sua reação diante de um ateu que insiste em negar alguns versículos sagrados, mesmo depois de lhe serem apresentadas várias comprovações?
- "Ah, quer saber, cara, já que você não acredita em inferno, então vá à merda!"


Eu poderia citar CENTENAS de casos análogos em que ateus colocaram citações bíblicas em debate, questionando sua legitimidade e que, no entanto, para despeito e contragosto deles, tais citações acabaram sendo comprovadas como autênticas, reais.

Mas, ateus são ardilosos, eles vão alterando e alternando seus argumentos e suas acusações conforme vão se alterando também os fatos que evidenciem o quanto estão errados.
Jamais darão o braço a torcer. Agirão exatamente igual ao personagem da história que abre este texto.

Discutir ou debater com ateu militante (neo-ateu) é sempre assim: mesmo você não tendo obrigação nenhuma de provar a existência de algo que para você é tão óbvio, ele se sentirá na obrigação de lhe cobrar provas da existência daquilo que para ele não existe!
E o pior: você pode apresentar um milhão de argumentos, quer sejam estes filosóficos e científicos; além de não refutar nenhum deles, o ateu militante ('militonto') usará de todas as suas artimanhas para se esquivar, desviar o rumo e o conteúdo da conversa para, ao final, sair cantando vitória, mesmo que tenha sido fragorosamente derrotado.
Típico, mas, sobretudo, patético!




Renato J. Oliveira                        09 de junho de 2017










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