14.4.13

Eternamente Sérgio Sampaio



Sérgio Moraes Sampaio (Cachoeiro de Itapemirim, 13 de abril de 1947 — Rio de Janeiro, 15 de maio de 1994) foi um cantor e compositor brasileiro. Suas composições variam por vários estilos musicais, indo do samba e choro, ao rock'n roll, blues e balada. Sobre a poética de suas composições, em que se vê elementos de Kafka e Augusto dos Anjos, que lia e apreciava, declarou num estudo Jorge Luiz do Nascimento: "A paisagem urbana em geral, e a carioca em particular, na poética de Sérgio Sampaio, possui a fúria modernista. Porém, o espelho futurista já é um retrovisor, e o que o presente reflete é a impossibilidade de assimilação de todos os índices e ícones da paisagem urbana contemporânea."
No dizer do cantor Lenine, Sampaio foi um nome marginalizado que equipara a Tim Maia e Raul Seixas, como um dos "malditos" da música popular brasileira.



Biografia
Filho de Raul Gonçalves Sampaio, fabricante de tamancos, compositor e maestro, e de Maria de Lourdes Morais, professora primária. Primo de Raul Sampaio Cocco (ex-integrante do Trio de Ouro e autor de sucessos como 'Quem eu quero não me quer' e 'Meu pequeno Cachoeiro', sucesso de Roberto Carlos).
Cresceu em meio musical, povoado de partituras e instrumentos, devido à atuação do pai como regente diletante de várias bandas de música em Cachoeiro de Itapemirim.
Aos 16 anos, presenciou o pai compondo "Cala a boca, Zebedeu", música que viria a gravar, com grande sucesso, anos depois.
Adolescente, trabalhou, ouvindo muito rádio, na sapataria do pai e tornou-se um aficionado pela programação do rádio, tendo em Orlando Silva, Nélson Gonçalves e Sílvio Caldas seus primeiros ídolos, bem como os locutores Luiz Jatobá e Saint-Clair Lopes, cujo estilo esforçava-se em assimilar em imitações caseiras, o que acabou lhe valendo, aos 16 anos, a aprovação em um teste para locutor da ZYL-9, Rádio Cachoeiro. No rádio, aprimorou-se no ofício de locutor, aumentou sua cultura musical e desenvolveu o hábito, diário, de ler todos os jornais, o que o acompanharia pelo resto da vida. Ao receber o primeiro ordenado, saiu de casa e foi morar em uma república de estudantes, no centro da cidade. Apesar de ter um pai maestro, não se interessou por uma educação musical formal, iniciando-se ao violão com dois primos seresteiros, que lhe ensinaram os primeiros acordes. Tão logo aprendeu a tocar alguns boleros, passou a acompanhá-los nos fins de semana.
Em 1964, passou por um período de experiência na Rádio Relógio Federal, do Rio de Janeiro, ficando hospedado em casa de parentes, no subúrbio. Quatro meses depois, retornou a Cachoeiro de Itapemirim.
No ano de 1967, novamente na ZYl-9, atuou como locutor comercial, redator de jornais falado e assistente de produção em programa de calouros. Passou, também, a apresentar um programa nas tardes de sábado. No final daquele ano, viajou, novamente, para o Rio de Janeiro, a princípio disposto a se estabelecer como radialista, para, posteriormente, tentar a sorte como cantor-compositor.
Em 1974, casou-se com a capixaba de Mimoso do Sul, Maria Verônica Martins, e retirou-se, por algum tempo, da cena artística. Separado da primeira esposa, voltou a enfrentar problemas de saúde, contraindo uma pancreatite crônica, em fins dos anos 70.
No ano de 1981, casou-se, pela segunda vez, com a arquiteta carioca Ângela Breitschaft, com quem teve um filho dois anos depois, João Sampaio, afilhado do compositor Xangai. Em 1986, separou-se outra vez e retornou à casa dos pais em sua cidade natal. No ano seguinte, voltou para o Rio de Janeiro. Morou com amigos, como o poeta Sergio Natureza.
No início da década de 1990, levado por Xangai, apresentou-se na Bahia, quando conheceu a produtora de shows Regina Pedreira, com quem passou a viver, em uma casa em Itapuã. Com a saúde abalada por constantes crises de pancreatite, viu-se obrigado a uma reformulação em seus hábitos, reduzindo, paulatinamente, o consumo de álcool até abandoná-lo, inteiramente, por volta de 1993.
Em abril de 1994, acometido de uma crise de pancreatite, foi internado no Hospital IV Centenário, no bairro carioca de Santa Tereza, onde faleceu. Foi sepultado no Cemitério São João Batista, em Botafogo, no Rio de Janeiro.
Em 2009 foi lançada pela Editora Língua Geral mais uma biografia sobre o compositor, desta vez escrita pelo poeta e professor da PUC-Rio Paulo Henriques Britto. Também com o título "Eu quero é botar meu bloco na rua", o livro fez parte da coleção "Língua Cantada", do Núcleo de Estudos Muiscais do CESAP-Ucam (Universidade Cândido Mendes) dirigido pela professora e pesquisadora de MPB Santuza Cambraia Naves.



Dados Artísticos

Em 1968, vivendo no Rio de Janeiro, trabalhava como locutor durante o dia e como cantor de botequim à noite. Foi em uma mesa de bar que compôs, com seu colega radialista Erivaldo Santos, o samba-choro "Chorinho inconsequente". Também frequentava rodas de samba nos morro do Tuiutí (em São Cristóvão) e da Mangueira, quando, eventualmente, cantava e tocava violão.
Entre 1968 e 1970, atuou nas rádios Rio de Janeiro, Mauá, Carioca e Continental e morou em vagas nas pensões da Lapa.
A partir de fevereiro de 1970, quando se demitiu da Rádio Continental, passou a viver, exclusivamente, de música. Enfrentou muitas dificuldades, chegando a dormir em bancos de praças ou de favor em casa de amigos. Neste mesmo ano, morando na Casa do Estudante Universitário, na Lapa, participou do "Festival Fluminense da Canção", no Ginásio Caio Martins, em Niterói, uma das eliminatórias estaduais para o "V FIC" - Festival Internacional da Canção - da TV Globo. Sua canção "Hei, você" não alcançou premiação, ficando apenas entre as 20 finalistas. Nesse período, frequentando os pontos de compositores no centro do Rio de Janeiro, conheceu Odibar (parceiro de Paulo Diniz), que o convidou para acompanhá-lo, ao violão, em um teste na gravadora CBS. Na ocasião, acabou sendo aprovado no lugar de Odibar, depois de executar duas músicas de sua autoria a pedido do produtor Raul Seixas.
Contratado pela CBS no início de 1971, tornou-se amigo e parceiro musical de Raul Seixas, que logo providenciou para que ele e seu irmão Jorge (Dedé Caiano) fizessem parte do coro de gravações de Renato e seus Blues Caps e de outros artistas da companhia. Assinando sob o pseudônimo de Sérgio Augusto, escreveu a letra de "Sol 40 graus", uma melodia do produtor e arranjador Ian Guest (que assinava como Átila), sucesso de 1971 do Trio Ternura, que também gravou, de sua autoria, "Vê se dá um jeito nisso" (c/ Raul Seixas e Mauro Mota). Ainda como Sérgio Augusto, assinou "Amei você um pouco demais" (c/ Raul Seixas), gravada por José Roberto, e "Hoje é quarta-feira" (c/ Tony e Frankie), gravada pela dupla, em 1971. Em meados daquele ano, conheceu um relativo sucesso com "Coco verde", de seu compacto de estréia, produzido por Raul Seixas, com arranjos de Ian Guest. Neste mesmo ano de 1971, a música foi regravada pela cantora Dóris Monteiro, no LP "Dóris", da EMI-Odeon. Em julho deste mesmo ano, voltou a Cachoeiro de Itapemirim para participar do "II Festival de MPB" de Cachoeiro de Itapemirim, no qual obteve a 1ª e a 4ª colocações com as músicas "Pequeno mistério" e "D. Maria de Lourdes", respectivamente.
Em seguida, em parceria com Raul Seixas, compôs várias músicas para uma espécie de ópera-rock, um projeto logo mutilado por seguidos cortes da censura nas letras. O que passou no crivo dos censores resultou no disco "Sociedade da Grã-Ordem Kavernista apresenta Sessão das Dez", gravado e lançado sem o conhecimento da direção da CBS. Era uma coleção de pastiches musicais de samba, rock e música nordestina, com letras críticas, entremeada por vinhetas satirizando o cotidiano. Deste mesmo disco participaram Raul Seixas, Míriam Batucada e Edy Star e foram incluídas, de sua autoria "Eta vida" (c/ Raul Seixas) e "Chorinho inconseqüente" (c/ Erivaldo Santos), interpretada por Miriam Batucada. Ainda em 1971, participou do "VI FIC", no Maracanãzinho, interpretando, de sua autoria, "No ano 83", sendo eliminado na primeira fase. Contou, nos vocais de apoio, com a presença de Jane Vaquer, mais tarde conhecida como Jane Duboc.
No ano de 1972, Míriam Batucada gravou, de sua autoria, "Diabo no corpo" e, novamente com produção de Raul Seixas, lançou um compacto com "Classificados nº 1" e  "Não adianta", seu último trabalho pela CBS. Contratado pela Phillips/Phonogram, por indicação do amigo Raul Seixas, concorreu no "VII FIC", em outubro de 1972, com a marcha-rancho "Eu quero é botar meu bloco na rua", tendo a seu lado o guitarrista Renato Piau. Embora a música não tenha ficado entre as vencedoras, o compacto "As melhores do VII FIC", lançado em seguida, ultrapassou a marca de 500 mil cópias vendidas. O disco trazia de um lado a música "Diálogo" (Baden Powell e Paulo César Pinheiro), interpretada por Tobias e Márcia, e do outro lado, "Eu quero é botar meu bloco na rua".  A composição foi o maior sucesso do carnaval do ano seguinte.
Em 1973 lançou o primeiro LP com o mesmo título de sua música de sucesso "Eu quero é botar meu bloco na rua", produzido por Raul Seixas, acompanhado por músicos como José Roberto Bertrami, Alexandre Malheiros, Ivan Conti, Renato Piau e Wilson das Neves. Apesar da boa execução em rádio de "Cala a boca, Zebedeu" (de autoria de seu pai), "Odete" e "Viajei de trem", além das constantes aparições do artista em programas televisivos da época, o disco foi um fracasso de vendagens, estimadas, na época, em cerca de cinco mil cópias. Dois meses depois, apresentou-se na "Phono 73", uma série de shows com o elenco da Phillips, no Parque das Convenções do Anhembi, em São Paulo. Os shows deram origem ao LP "Phono 73", do qual participaram também Nara Leão, Gal Costa, Jorge Bem, Toquinho, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, entre outros. Em outubro do mesmo ano, depois de uma curta temporada no Teatro
Opinião, voltou a São Paulo para receber o "Troféu Imprensa", promovido pelo Programa Sílvio Santos, da Rede Globo, como "Revelação de 72". Oferecida à Maria Bethânia meses antes, sua composição "Quatro paredes" foi gravada, parcialmente, pela cantora em seu LP, de 1973, "A cena muda". Ainda em 1973, Miriam Batucada lançou em compacto, pela CBS, um samba de sua autoria "Diabo no corpo". No ano seguinte, a cantora regravou "Eu quero é botar meu bloco na rua", no LP "Amanhã, ninguém sabe", da gravadora Continental. No ano seguinte, lançou em compacto "Meu pobre blues", com produção de Roberto Menescal. Composição dirigida a seu ídolo Roberto Carlos, oscilava entre a reverência e a crítica.
No ano de 1975, lançou, pela Continental, um compacto com "Velho bandido" e "O teto da minha casa". A primeira remetendo a Moreira da Silva, o "Kid Morengueira", e a segunda uma toada em parceria com o letrista Sergio Natureza. No mesmo ano, sua marchinha "Cantor de rádio" foi incluída no LP "Convocação geral nº 2", da Som Livre, enquanto um curta-metragem a seu respeito era exibido em alguns cinemas do Rio de Janeiro.
No ano seguinte, em 1976, gravou o LP "Tem que acontecer". O disco foi produzido por Roberto M. Moura, arranjos de João de Aquino e contou com as participações de Altamiro Carrilho, Abel Ferreira, Zé Menezes, Maurício Einhorn, Bide, Marçal e Eliseu. Neste LP foram incluídas as composições "Que loucura", uma homenagem ao poeta tropicalista Torquato Neto, a versão integral do samba-canção "Quatro paredes", "O que pintá, pintou", de autoria de  Raul Sampaio, e "Velho bode", em parceria com Sergio Natureza.
Em 1977, pela gravadora Continental, lançou em compacto "Ninguém vive por mim". O outro lado do compacto trazia o samba-canção "História de boêmio" (Um abraço em Nélson Gonçalves). Neste mesmo ano, desligou-se da Continental, que acabaria sendo sua última gravadora. Ainda em 1977, a cantora Zizi Possi regravou, com sucesso, "Meu pobre blues", em seu compacto de estréia na PolyGram. No ano seguinte, Marcos Moran regravou "Eu quero é botar meu bloco na rua" no seu LP "Brasileiríssimas vol. 2", lançado pela gravadora Polydor.
Permaneceu cerca de cinco anos afastado dos estúdios, não deixando, porém, de compor novo material.
No ano de 1978, no Teatro Opinião do Rio de Janeiro pelo "Projeto Seis e Meia", dividiu o show "Opinião, deixo com você" com o cantor e compositor Tião Motorista. Neste mesmo ano e no mesmo teatro apresentou o show "Agora".
No ano de 1980, compôs a trilha sonora para a peça "Mural Mulher", de João das Neves.
No ano seguinte, participou do "Projeto Pixinguinha", ao lado de Erasmo Carlos e das Frenéticas, inicialmente com temporada no Teatro Dulcina, no Rio de Janeiro, seguindo, depois, por cidades de Santa Catarina. Durante esta temporada, escreveu a canção "Feminino coração de Deus", para Erasmo Carlos, que a gravou em 1981, no disco "Mulher".
Em 1982 gravou seu terceiro LP "Sinceramente", um trabalho independente, financiado pela família da esposa. O disco trazia, entre outras, mais uma parceria com Sergio Natureza, "Cabra cega", e o samba "Doce melodia", com a participação de Luiz Melodia. Nos anos seguintes, longe da mídia e do grande público, apresentou-se quase sempre em bares, sobrevivendo de cachês e algum direito autoral.
Entre 1984 e 1986 teve como acompanhante o compositor Moacyr Luz, ao violão.
No ano de 1987 Luiz Melodia regravou com sucesso, "Que loucura", em seu LP "Claro", pela Continental. No ano seguinte, fez uma temporada de dez dias na Sala Funarte, do Rio de Janeiro, ao lado do cantor e compositor Jards Macalé.
Nos primeiros anos da década de 1990 radicou-se na Bahia, onde viveu um renascimento artístico, com muitas composições novas e uma movimentada agenda de shows em várias capitais nordestinas. Seu sucesso "Eu quero é botar meu bloco na rua" foi, novamente, regravado, primeiro pelo grupo Roupa Nova no CD "De volta ao começo", pela gravadora BMG-Ariola, em 1991, e, depois, por Elba Ramalho, no CD "Paisagem", em 1993.
No início de 1994 foi convidado pelo selo paulista Baratos Afins, para gravar um novo disco com músicas inéditas, projeto que não chegou a realizar, pois, em maio deste mesmo ano, viria a falecer.
Em 1996 Sergio Natureza organizou o show "Balaio do Sampaio", na casa noturna Hipódromo Up, no Rio de Janeiro, com a participação de Alceu Valença, Eduardo Dusek, Hyldon, Marcos Sacramento, Renato Piau, Jards Macalé, Elza Maria, Chico Caruso e os poetas Salgado Maranhão, Euclides Amaral, Elisa Lucinda e, ainda, seu biógrafo Rodrigo Moreira. Este show viria a ser apresentado em várias casas noturnas e teatros, neste mesmo ano, como o realizado no Teatro Rival, com Luiz Melodia, Jards Macalé, Lenine, Renato Piau, Zeca Baleiro e Clara Sandroni. Neste mesmo ano, Luiz Melodia gravou "Cruel", em seu CD "14 quilates". No ano seguinte, em 1998, Marcos Assumpção regravou "Cabra cega" (c/ Sergio Natureza). Neste mesmo ano, pela gravadora MZA/Polygram, com produção de Sergio Natureza, foi lançado o CD "Balaio do Sampaio", do qual participaram vários amigos e admiradores. O disco incluiu as músicas "Até outro dia", interpretada por João Nogueira, "Cala a boca, Zebedeu" (Raul Sampaio), com Luiz Melodia, "Velho bandido", cantada por Jards Macalé, "Feminino coração de Deus", com interpretação de Erasmo Carlos, "Tem que acontecer", com Zeca Baleiro, "Rosa púrpura de Cubatão", com João Bosco, "Pavio do destino", com Lenine, "Que loucura", com Renato Piau, "Em nome de Deus", cantada por Chico César, "Velho bode" (c/ Sergio Natureza) interpretada por Eduardo Dusek, "Meu pobre blues", com Zizi Possi, e duas versões de "Eu quero é botar meu bloco na rua", a primeira com a voz de Sérgio Sampaio remasterizada em um novo arranjo do maestro Eduardo Souto, e outra com Elba Ramalho. Em novembro de 1998, o disco foi lançado no Teatro Rival, com as participações de João Nogueira, Chico César, Simone Guimarães, Paulinho Moska, Jards Macalé, Zé Renato e Rita Peixoto, entre outros.
Em 1999 Luiz Melodia regravou "Cruel" em seu CD "Acústico ao vivo", pela gravadora Indie Records. No ano seguinte, Rodrigo Moreira lançou, pela Editora Muiraquitã, "Eu quero é botar meu bloco na rua", biografia autorizada do artista, com depoimentos de vários artistas: João Nogueira, Zeca Baleiro, Chico César, Erasmo Carlos, entre outros.
Em 2001 Zeca Baleiro gravou "Roda morta", parceria com o poeta Sergio Natureza. Ainda neste ano, a cantora e compositora capixaba Márcia Coradine regravou "Cabra cega", também em parceria com Sergio Naureza.
Em 2003 foi lançada, pela gravadora Som Livre, um CD com 13 faixas inéditas de Raul Seixas, entre as quais "Nicuri é o diabo", uma antiga parceria de Raul Seixas e Sérgio Sampaio.
Em 2005 Renato Piau regravou "Meu pobre blues", incluída na coletânea "Balaio atemporal", lançada pelo selo Guitarra Brasileira. Ainda em 2005 Zeca Baleiro participou do disco "Um pouco de mim - Sergio Natureza e amigos", no qual interpretou a faixa "Roda morta", parceria de Sérgio Sampaio e Sergio Natureza.
 Neste mesmo ano Zeca Baleiro produziu e lançou por seu selo Saravá Discos o CD póstumo "Cruel", no qual foram incluídas diversas composições inéditas na voz do compositor, entre as quais "Em nome de Deus", "Polícia, bandido, cachorro, bandido", "Brasília", "Magia pura", "Rosa púrpura de Cubatão", "Muito além do jardim", "Real beleza", "Pavio do destino", "Quero encontrar um amor", "Quem é do amor", "Cruel", "Uma quase mulher", "Maiúsculo" e ainda "Roda morta", em parceria com Sergio Natureza. No mesmo disco foram incluídos novos instrumentos e remasterizadas algumas gravações, as quais Sérgio Sampaio havia iniciado para a produção deste disco, segundo a própria ex-esposa, seria lançado pelo selo paulista Baratos Afins no ano de 1994. O CD ainda trouxe pequeno depoimento de Sergio Natureza e texto biográfico de Rodrigo Moreira, seu biógrafo oficial.
Em 2007  a cantora Márcia Castro, em seu disco  "Pecadinho", regravou "Em nome de Deus", de Sérgio Sampaio.
Em 2009 foi apresentada, na Caixa Cultural - Teatro de Arena, no Rio de Janeiro, a homenagem "Velho bandido - O bloco de Sérgio Sampaio", com direção musical de Daniel Montes e apresentação de Sergio Natureza. Nos três dias da homenagem ao cantor e compositor apresentaram-se Mariano, Roger Hitz, Euclides Amaral,  André Jamaica, Luiz Melodia, Moacyr Luz, Gabriel Azevedo, Thaís Sabino, Hyldon, Chico Caruso, Renato Piau e João Cavalcanti.
O espetáculo também foi levado aos palcos de São Paulo. Outra homenagem ao compositor também aconteceu paralelamente no estado do Espírito Santo com o show "Tangos e outras delícias de Sérgio Sampaio", com o Duo Zebedeu e o cantor Juliano Guauche. Neste mesmo ano o trio capixaba integrado pelo cantor Juliano Gauche e os violonistas Fábio Carmo e Júlio Santos (Duo Zebedeu) lançou o CD "Hoje não!", disco todo dedicado à bora de Sérgio Sampaio, com regravações e a inédita "Hoje não!", que dá título ao trabalho. No CD foram regravadas "Filme de terror", "Real beleza", "Nem assim", "Homem de trinta" e "Polícia, cachorro, bandido e dentista". Neste mesmo ano de 2009 foi montado o evento "Cruel - Uma Homenagem a Sérgio Sampaio", realizado no SESC Pinheiros, em São Paulo, do qual participaram Márcia Castro, Luiz Melodia, Jards Macalé e Zeca Baleiro, entre outros.
No ano de 2011 o cantor e compositor goiano Pádua regavou "Eu quero é botar o meu bloco na rua", no DVD "Música Aos Vivos".
Em 2012 a cantora Lúcia Menezes regravou "Que loucura" no CD "Lucinha".



Crítica
O capixaba Sérgio Sampaio foi daqueles artistas não reconhecidos - ou melhor, não adequadamente avaliados - em seu tempo. Em plena ditadura Médici, estourou nacionalmente com "Eu quero é botar meu bloco na rua", histórica marcha-rancho, um dos mais eloqüentes protestos da MPB contra a ditadura. Ainda jovem e imaturo, com todas as atenções voltadas para si, respondeu com "Odete", "Viajei de trem" e "Meu pobre blues", demonstrando sua categoria e versatilidade como compositor, mas parecia estigmatizado por aquela música tão marcante. Com "Velho bandido" e o LP “Tem que acontecer” ganhou aplauso da crítica, sem, no entanto alcançar uma repercussão popular mais significativa. Incompatibilizado com a indústria musical, de meados dos anos 70 em diante resolveu trilhar um solitário caminho à margem do mercado, gravando apenas mais um LP, o independente "Sinceramente", de 1982, e fazendo shows em teatros underground e bares. Arrolado entre os "malditos" da MPB setentista - Jards Macalé, Luiz Melodia, Jorge Mautner, entre outros - rotulado de "compositor de uma música só", Sérgio Sampaio tinha muito mais a oferecer. Permaneceu um artista puro, que, mesmo longe dos holofotes da mídia, fez do ato de compor e cantar sua própria razão de ser. Deixou um balaio precioso de músicas inéditas - um tesouro a ser descoberto por intérpretes dos mais variados gêneros.      (RODRIGO MOREIRA)


Homenagens
Ainda em 1975 tem um curta-metragem sobre sua vida exibido no Rio de Janeiro. Diversas homenagens ocorreram ao longo do tempo, em memória do artista, dos quais se destacam:
Show "Balaio do Sampaio" - 1996, Rio de Janeiro, com cantores como Alceu Valença, Jards Macalé e outros, e poetas e músicos como Chico Caruso, Euclides Amaral, etc.
CD "Balaio do Sampaio" - 1996.
"Eu quero é botar meu bloco na rua" - 2000, biografia autorizada, por Rodrigo Moreira, Editora Muiraquitã
CD póstumo "Cruel" - 2005, lançado por Zeca Baleiro
"Velho bandido - O bloco de Sérgio Sampaio" - 2009, peça musical apresentada no Teatro de Arena.
CD "Hoje Não!" - 2009, 12 canções do Sérgio Sampaio (sendo uma delas inédita) interpretadas por Juliano Gauche & Duo Zebedeu.





Discografia
Álbuns
Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua (LP, Philips, 1973)
Tem que Acontecer (LP, Continental, 1976)
Sinceramente (LP, 1982)
Cruel (CD, 2006)


Antologias e participações
Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10 (LP, CBS, 1971)
Carnaval Chegou (LP, 1972)
Phono 73 (LP, 1973)
Convocação geral nº 2 (LP, 1975)
Balaio do Sampaio (CD, 1998)
Sergio Sampaio (CD, 2002 Série Warner 25 Anos)


Compactos simples
Coco verde/Ana Juan (1971) CBS
Classificados nº 1/Não adianta com participação de Raul Seixas (1972)
Eu quero é botar meu bloco na rua (1972) Phillips/Phonogram
Meu pobre blues/Foi ela (1974)
Velho bandido/O teto da minha casa (1975)
Ninguém vive por mim/História de boêmio (Um abraço em Nélson Gonçalves) (1977)




Videografia
Cachoeiro em Três Tons













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