16.6.12

Quando a morte chega




De certa forma, quando a maioria de nós se depara com alguma situação ou ocasião que envolva a morte, mesmo que sem saber, passa – ainda que por um breve período – a enxergar a vida de uma maneira distinta.
Alguma coisa muda.

Difícil aceitar a morte com a naturalidade que deveria ter aqueles que sabem que ela, a morte, é no fundo, a única e absoluta certeza que se tem na vida, é inevitável.
Nesta hora é quase impossível não sucumbir, não se abalar.
Independente das circunstâncias que a envolvam, a morte é sempre algo impactante.
É uma estranha sensação saber que aquela pessoa que há dias atrás você viu na rua, simplesmente não vai ver nunca mais; ou aquela pessoa que conversou contigo ontem, nunca mais vai conversar.
Ontem ele respirava, falava, transpirava, se mexia, exalava a vida e hoje, pura e simplesmente não faz absolutamente mais nada; não se move, não se mexe, não respira!

Essa estranha sensação e esse impacto ficam ainda maiores quando você se depara com essa pessoa dentro de um caixão, fria, imóvel, pálida, sem vida.
Você começa a relembrar momentos, histórias e ocasiões que vocês compartilharam, viveram juntos.
Difícil aceitar, difícil controlar as emoções, difícil não chorar.
Às vezes parece que levam junto um pouquinho da gente; algo que a gente se dá conta e lembra sempre quando a lembrança de uma dolorosa e irreversível partida vem à tona, a lembrança da derradeira despedida, a lembrança da morte.
Sim, levam um pouquinho da gente e deixam todo o restante conosco.
As coisas boas ficam, são eternas.
Eternas até que ela novamente apareça para nos lembrar que a eternidade pode acabar a qualquer momento, que a eternidade não existe.

A morte é o fim da eternidade que julgamos deter enquanto estamos vivos.
Todos nós partiremos um dia, para sempre, 
para nunca mais voltar.

Fácil prever, difícil compreender.




Renato J. Oliveira         29 de maio de 2.012

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Em memória de todos aqueles(as) que partiram e deixaram muitas saudades, especialmente 2 grandes amigos: o 'Doutor' Eli e o Adriano 'Podrera'.


Saudoso Dr. Eli (grande amigo falecido no dia 11 de junho de 1.999)

Grande amigo Podrera (falecido em 2.010)
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