4.11.11

Martin Luther King, um símbolo na luta contra o racismo



“Uma terceira razão pela qual devemos amar nossos inimigos é que o amor é a única força capaz de transformar um inimigo em amigo. Nunca nos livramos de um inimigo livrando-nos da inimizade. Pela sua própria natureza, o ódio destrói e causa separação; pela sua própria natureza, o amor cria e constrói. O amor transforma com sua força redentora.”
A belíssima frase é de Martin Luther King, um homem que passou 13 anos de sua vida lutando assiduamente contra a discriminação racial nos Estados Unidos, até ser covardemente assassinado, numa quinta-feira, há mais de 40 anos.
Martin Luther king Jr. Nasceu no dia 15 de janeiro de 1.929, em Atlanta, na Geórgia; filho de Martin Luther king e Alberta Williams King.     Sua prole era bastante religiosa: o avô paterno e o pai eram pastores da Igreja Batista Ebenezer, que, aliás, quase toda a família King frequentava.
Martin Luther King passou a infância e a adolescência conciliando religião e estudos. Iniciou sua formação na Escola Elementar Yonge, passando logo depois, à Escola Elementar David T. Howard, ambas em Atlanta.  No primeiro ano da escola secundária, ele surpreendeu todos os professores pela altíssima pontuação que obteve nos exames iniciais e, mesmo sem formação gradual, aos 15 anos, conseguiu entrar para a Faculdade de Morehouse.
Em fevereiro de 1.948, aos 19 anos, Martin Luther King foi nomeado pastor da Igreja Batista de Ebenezer. Em 18 de junho de 1.953, casou-se com a jovem Coretta Scott, em Montgomery, no Alabama, cidade onde ela morava.  
Assim que concluiu os estudos na Faculdade de Boston, transferiu-se para o Alabama, onde também foi nomeado pastor de uma igreja batista, em setembro de 1.954.    Foi no Alabama que, insatisfeito com o tratamento imposto aos negros, Martin Luther king iniciou sua militância contra o preconceito e a discriminação raciais.   Eleito presidente da Associação de Melhorias de Montgomery, Martin iniciou, em 1.955, a organização de boicote aos ônibus do Alabama, em protesto contra a lei que isolava os negros na parte traseira dos coletivos (em novembro daquele mesmo ano nascia o primeiro filho do casal, Yolanda Denise).
Inspirado na doutrina pacifista de Gandhi, Martin Luther King pregava a desobediência civil através da não-violência. Sua figura carismática atraiu a atenção e o respeito de todas as comunidades negras norte-americanas.  O boicote aos ônibus durou 381 dias; terminou em 1.956, mesmo ano em que ele respondeu a uma ação judicial (sua pena acabou sendo suspensa).
Em 1.957 Martin fundou a Conferência de Liderança Cristã Meridional (da qual foi presidente até a sua morte) e, em outubro do mesmo ano nasceu Martin Luther III.
A militância de Martin Luther King gerou o ódio nos racistas, tornando-o alvo de constantes ameaças de morte.  Em novembro de 1.959, Martin e a família deixaram o Alabama e fixaram-se em Atlanta, onde ele deu continuidade à sua luta pela igualdade de direitos entre as raças.   Lá ele tornou-se co-pastor juntamente com seu pai, na mesma Igreja Batista onde havia se formado. 
Por causa de suas conferências e atividades, Martin Luther King foi preso cerca de 30 vezes ao longo de sua luta.   Em janeiro de 1.961 nasceu Dexter Scott e, em março de 1.963, Berenice Albertine, a última filha do casal.   Em 1.964, aos 35 anos, ele recebeu o Prêmio Nobel da Paz, tronando-se o homem mais jovem, o segundo americano e o terceiro negro a receber tal honraria.
Martin Luther King foi assassinado no dia 4 de abril de 1.968, na sacada de um hotel, em Memphis, no Tenessee.   Morria, aos 39 anos de idade, o maior líder negro da história americana.
Sua morte desencadeou uma onda de protestos e desordens em 125 cidades americanas, que duraram 3 dias.
Até hoje, a autoria do crime, atribuída a James Earl Ray – morto em abril de 1.998, na prisão – é contestada pela família de Martin Luther King, que nunca acreditou ser James o verdadeiro planejador e autor do brutal assassinato.


Texto: Renato J. Oliveira         março de 2.001


(Esse texto foi publicado na edição #21 do Informativo Mix Cultural, de 31 de março de 2.001)

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